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sábado, 13 de março de 2010

Grande Insensibilidade pela Dor Alheia...

"Comunistas e mentirosos": os leitores da Época contra a anistia
Em sua edição de 29 de janeiro, a revista Época enfoca em uma das reportagens o drama do casal Demir Azevedo e Darcy Andozia. Foram presos durante o regime militar. Sofreram arbitrariedades e torturas.

Por Por José Luiz Ribeiro da Silva, no Observatório da Imprensa


Mais especificamente, evidencia-se o drama particular vivido pelo filho mais velho do casal, Carlos Alexandre, hoje com 37 anos. Na ocasião com apenas um ano e oito meses, foi vítima de tapas, safanões e choques elétricos por parte da polícia política (Deops), ficando preso por aproximadamente 15 horas, segundo relato de seu pai em vídeo na edição on-line da revista, de onde este artigo se baseia.

Seus pais eram militantes, ligados aos padres dominicanos e a Dom Paulo Evaristo Arns, atual cardeal emérito de São Paulo. Logo, há de se deduzir que comunistas eles não deveriam ser, mas suponhamos que fossem.

Demir Azevedo, jornalista e cientista político, passou por sessões de tortura, em pau de arara e tapões no ouvido, entre outras. Além das torturas psicológicas envolvendo o filho e a esposa. Na prisão, Darcy, pedagoga, não chegou a ser torturada como o marido, mas passou por várias pressões de ordem psicológica perpetrada pelos seus algozes.

A "bolsa indenização"

Quebrada física e emocionalmente, a família – que fora absolvida pela justiça da época – tenta recompor a sua vida. Muda-se constantemente, não só por questões financeiras, mas devido ao constante assédio dos agentes de segurança e da discriminação dos vizinhos. Demir está debilitado e com graves crises de depressão, resultado das torturas. Cabe a Darcy a manutenção da família.

Esse drama familiar, complexo, a meu ver, serve apenas de pano de fundo, para o assunto principal que a reportagem procura evidenciar. O drama pessoal do garoto Carlos Alexandre, que hoje, já homem feito, guarda dentro de si todas as seqüelas dos acontecimentos acima relatados e que se refletem em vários distúrbios de ordem emocional, como fobias e retraimento social, dentre outras. De tal sorte que não consegue se manter financeiramente, pois tem dificuldades para sair de casa e se relacionar com pessoas. Carlos Alexandre foi beneficiado pela Lei da Anistia com a indenização de 100 mil reais pelo Estado brasileiro.

A meu ver, a tortura em si – emocional ou física – não se justifica de forma alguma. Muito menos aquela organizada e perpetrada pelo Estado. Um crime é sempre um crime. Seja quem for seu autor, seja quem for a vítima. O fato de uma criança sofrer abusos por parte de policiais não deixa de ser revoltante pelo simples fato de ser uma criança.

Muito embora a reportagem tenha buscado resgatar mais o sofrimento da família envolvida no episódio, percebe-se, pelos comentários o incômodo causado pelas indenizações proposta pelo Estado brasileiro àqueles que sofreram perseguições políticas na época do regime de exceção que vigorou no Brasil de 1964 a 1983 que se materializaram em indignação a indenização de 100 mil reais paga a Alexandre.

A matéria omite, por exemplo, que a tal "bolsa indenização" é fruto de uma proposta conjunta entre governos (não começou em Lula) e as demais instituições democráticas desse país. Dando a entender àqueles menos informados que o presidente Lula e seu partido estão por trás de tudo a manipular dinheiro e indenizações.

"Tentando extorquir da viúva"

Destaco alguns comentários. Um curioso mosaico de opiniões.

"Claudio", em 30/01/2010:

15:29:06 "Muito fantasiosa a matéria. Estão querendo abrir questões com este tipo de matéria. Vai acabar em confusão."

15:51:46 "Comunista continua sendo a pior espécie de gente. Quanta mentira."

16:07:00 "Muito bonito esse assalto aos cofres públicos. A União já gastou 34 bilhões em indenizações sobre atos do regime militar. E as gerações atuais? E os 65 milhões de miseráveis, que vivem abaixo da linha suportável da existência humana? Ninguém lembra."

16:09:55 "Alguém do PT se lembra do massacre de Canudos? Algum sobrevivente foi ajudado? E o ataque feito por Setembrino de Carvalho contra os Cor de Cuia em Santa Catarina na Guerra do Contestado? Eles só queriam as terras dos colonos estrangeiros."

16:13:03 "O PT arrumou um jeito da assaltar os cofres da União. Mantendo a bolsa ditadura. E as gerações atuais e futuras? Vão continuar sendo espoliadas. Não se muda o passado. Temos 65 milhões de miseráveis para cuidar.

16:19:26 "Desafiaram o regime da época? Foram corajosos, valentes. Aceitaram dinheiro do Estado? Acabou-se tudo. Fica o mercenarismo.

17:51:36 "Temos 75 mil desabrigados pelas chuvas, 131 aguardando pagamento de indenizações para as barragens. Algum dos `heróis´ do regime militar está lutando por eles? Só tentando extorquir da viúva."

"Tudo que é vagabundo vira vítima"


Sobrou para o Greenhalgh.

João Carlos em 30/01/2010:

16:27:08 "Muito dinheiro para uma grande mentira. É assim que vão roubando. O advogado esperto, muitas vezes o Greenhalgh, pega um maluco qualquer e o convence de que pode ganhar alguma grana do governo. Só faltou dizer que um bebê de 1 ano e oito meses se lembra dos torturadores e tem pesadelos com eles."

16:31:44 "Rute, este caso é claramente mentiroso. Sou médico, apesar de não ser psiquiatra, mas não acredito numa única vírgula desse artigo. Estão forçando a barra para que o seu Greenhalgh, a quem eu conheço e considero um bandido, ganhe mais dinheiro. Já está mais que milionário."



Aqui, mais pérolas.

Membro do CCC. 30/01/2010. 15:45:43 "Todo esquerdista é um sociopata. Por que este chorão não conta que os papaizinhos dele, junto com um outro bando de terroristas, queriam impor um ditadura comunista – nos moldes de Cuba – no Brasil?"

Robson. 30/01/2010. 15:57:45. "Comunista bom é comunista morto."

Eduardo.30/01/2010. 16:42:51. "O que eu faço para entrar nessa boquinha?"

Jorge. 30/01/2010. 17:09:20. "Essa de ficar com trauma por tanto tempo é balela. Mais um parasita que o Lula vai encostar nos bolsos dos brasileiros."



E por fim...

Trabalhador. 30/01/2010. 20:25:13. "Agora tudo que é tipo de vagabundo vira vítima do regime militar. E nós é que temos de pagar. Uma coisa eu me lembro muito bem: quem queria trabalhar, nunca se deu mal no regime militar. Aliais, só cresceu. Não acredito que as crianças foram agredidas no regime. Mas vagabundos, sim... e deveriam ser até hoje."


Candidata na tortura

Não se discute aqui o direito de cada um discordar ou não de indenizações, mesmo tendo como motivação um preconceito fruto do desconhecimento da história recente do país e da América Latina. Mas, o modo como estas opiniões foram expressas, com escárnio e ironia, demonstra uma grande insensibilidade pela dor alheia. Quanto ao sentimento de revolta com relação a Alexandre que "abocanhou" 100 mil reais, em que pese possa ser compreensível – em uma sociedade onde a sorte nas loterias é a única esperança de progresso pessoal possível –, não é justificável. Mesmo vivendo em uma sociedade onde tudo é balizado pela lógica do mercado, inclusive a dor e dignidade humana.

Seguindo a mesma lógica, somamos o fato da ministra Dilma – candidata do governo à presidência da República – ter sido presa e torturada por uma possível "ditabranda", poderemos concluir que ela – ministra Dilma – mereceu: afinal, é comunista e conseqüentemente terrorista e mentirosa por natureza. Afinal, como afirmou o senador Jose Agripino Maia (DEM, antigo PFL), se a ministra Dilma Rousseff conseguiu mentir até sob tortura, imagine agora que está tranqüila e recuperada.
 

PCdoB convoca ato em apoio a Dilma; Renato destaca convergências

A direção nacional do PCdoB realizará na tarde do dia 8 de abril no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, um ato político no qual vai comunicar a filiados e simpatizantes a indicação de apoio à pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef. O presidente do Partido, Renato Rabelo, revelou que já vem conversando com a ministra da Casa Civil “há cerca de oito meses” e observou que há uma convergência de opiniões sobre muitos temas que estarão em pauta nas eleições

Por Umberto Martins (www.vermelho.org.br)

“Identificamos uma convergência muito grande de opiniões entre o PCdoB e Dilma”, sublinhou o dirigente comunista. “Para apoiar uma pré-candidatura, como é o caso, é indispensável uma plataforma clara com pontos de vista comuns. Essas conversas permitiram maior conhecimento mútuo e a revelação da identidade de objetivos.”

Projetos antagônicos

O último congresso do PT também aproximou os dois partidos no que diz respeito a ideias e concepções programáticas. “Eles demonstraram uma compreensão essencial sobre alguns pontos fundamentais”, sublinhou Rabelo, citando “a avaliação de que no pleito teremos dois campos opostos e dois projetos antagônicos”.

De um lado, conforme o presidente do PCdoB, há o campo que pode ser definido como neoliberal, embora mascarado e mitigado. É o campo do retrocesso, com um projeto privatizante, subordinado ao imperialismo americano e hostil aos interesses do povo e da nação.

Neoliberalismo mitigado

“A base social e os compromissos políticos da candidatura tucana são os mesmos que orientaram o governo FHC, não houve mudança”, sustentou. Já o bloco alinhado com a pré-candidatura de Dilma “está buscando uma alternativa ao neoliberalismo, defende um projeto de nação soberana e democrática, a integração com os vizinhos latino-americanos, a inclusão social. É outro projeto.”

A recente contenda comercial entre Brasil e EUA ajuda a desmascarar e identificar o campo neoliberal, que não conseguiu disfarçar sua subordinação ao império do norte. A disputa em torno das ilhas Malvinas entre Argentina e Inglaterra também despertou reações reveladoras, de acordo com o líder comunista. Os neoliberais querem a neutralidade do Brasil no conflito, posição que serve aos interesses do velho e agressivo imperialismo britânico.

Identidade programática

Rabelo elogiou o programa aprovado recentemente pelo PT, que passou a defender um novo projeto de desenvolvimento nacional, com caráter democrático e popular. “Há muita coisa comum com o projeto que aprovamos no 12º Congresso do PCdoB, incluindo o diagnóstico de que o mundo vive hoje uma fase de transição econômica e política.”

Ele ressaltou o fato de que a pré-candidata Dilma Rousseff (que vai comparecer ao ato do Partido junto com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e outras lideranças) “defende, como nós, iniciativas que promovam o crescimento da taxa de investimentos na economia nacional em curto prazo pelo menos para 21% do PIB. Isto é essencial para o desenvolvimento nacional.”

“Ela também entende, como nós, que o papel do Estado na promoção do desenvolvimento deve ser reforçado. O Estado não deve ser apenas o condutor do desenvolvimento, mas também empresário em setores estratégicos da economia e ramos importantes nos quais a chamada iniciativa privada não atende os interesses populares, como (nas telecomunicações) a garantia de acesso universal à banda larga; investimentos em ciência e tecnologia para viabilizar uma produção com maior valor agregado; prioridade à educação e outras iniciativas. Para o PCdoB é muito importante mostrar o apoio à pré-candidatura de Dilma, que vai se colocando à altura dos desafios”, finalizou.

Leia abaixo a nota à imprensa sobre o ato divulgada nesta quinta (11) pela Direção Nacional do PCdoB:

“Em Ato partidário, o PCdoB indicará apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff

“A direção nacional do PCdoB realizará um evento partidário no qual comunicará a seus filiados e lideranças a posição de indicar apoio à pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O ato acontecerá no dia oito de abril, às 17h00min horas, em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e contará com a participação de Dilma e do presidente da legenda petista, José Eduardo Dutra. Entre outras lideranças e personalidades também devem estar presentes artistas como Martinho da Vila, Netinho de Paula, Leci Brandão e Jorge Mautner.

“No último dia 5 a Comissão Política Nacional (CPN) do PCdoB adotou esse posicionamento pró-Dilma que, agora, deverá ser referendado pelo Comitê Central, órgão maior de deliberação da legenda, em reunião marcada, no mesmo dia 8 de abril. Devido à relevância dessa indicação orientadora dos debates da Convenção eleitoral–que acontecerá nos mês de Junho e a quem cabe tomar a decisão oficial dos comunistas– decidiu-se por esse evento para fomentar a discussão interna quanto à importância da sucessão presidencial. Nesse sentido, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, endereçou uma mensagem ao conjunto das organizações do Partido para que enviem suas representações de dirigentes e lideranças de todas as áreas de atuação.

O confronto de dois polos

“Na análise dos comunistas, a sucessão está marcada pelo confronto entre dois campos políticos antagônicos. De um lado, a aliança liderada pelo presidente Lula constituída por partidos, movimentos populares, setores sociais e empresariais democráticos. De outro, o bloco oposicionista das legendas que sustentaram o governo neoliberal de FHC e que levou o Brasil a uma crise profunda. O resultado garantirá a continuidade do ciclo político aberto pelo presidente Lula ou será o retrocesso com o retorno da direita neoliberal que estagnou o país nos anos 90. Este cenário assim configurado confirmou para o PCdoB o seu prognóstico quanto ao caráter plebiscitário do pleito e a necessária unidade do campo democrático, patriótico e popular.

O porquê da escolha de Dilma

“O PCdoB avalia que nas reuniões que manteve com Dilma nos últimos meses ficou nítida a afinidade programática entre a pré-candidata e a legenda comunista e, de igual modo, com a direção recém-eleita do PT. O Partido acrescenta que além da convergência de ideias e do pacto pelo progresso do país, há as qualidades da pré-candidata, uma mulher de valor cuja personalidade política se forjou na luta democrática. Outro fator assinalado para a escolha decorre da competência, liderança e compromisso com o Brasil e o povo que Dilma demonstrou ter à frente de importantes funções públicas e, sobretudo, como ministra do atual governo.

“O diálogo positivo com Dilma, suas qualidades políticas e o caráter plebiscitário do pleito, possibilitaram ao PCdoB amadurecer a convicção de que ela está credenciada para disputar, vencer e governar com pleno êxito. O Partido defende que a campanha se realize alicerçada na força do povo, com um programa audacioso, e sustentada por uma coligação ampla, mas sublinha que é imprescindível o papel destacado da esquerda. Desse modo, mais do que garantir a continuidade do ciclo aberto por Lula, Dilma, na visão dos comunistas, poderá garantir um desenvolvimento ainda mais arrojado. Com este entendimento foi lançada a palavra-de-ordem: "PCdoB com Dilma. Para o Brasil Avançar."