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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Haroldo Lima: 2008, que viva o socialismo*

Haroldo Lima: 2008, que viva o socialismo*
Por Haroldo Lima*


Dois mil e oito chega renovando esperanças, revelando tendências, fortalecendo convicções. Com o ano novo, confirma-se a constatação das mudanças em curso entre o poder econômico dos países desenvolvidos, que decai, e a força dos emergentes, que ascende. E quando o grande destaque é a China, que se diga alto e bom som: é por causa do socialismo, é por causa dos comunistas.


A mudança no marco de desenvolvimento no mundo vai se consolidando. Já não são os países capitalistas mais desenvolvidos os que imprimem o ritmo e o sentido do desenvolvimento. Os países emergentes passaram a cumprir esse papel.

O desenvolvimento mundial deslocou-se

A economia mundial se expande há seis anos consecutivos precisamente graças ao crescimento dos países emergentes, em especial os do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), com destaque para a China e a Índia.

Quando os dados de 2007 estiverem integrados, talvez cheguemos ao maior crescimento do planeta desde 1960, um pouco mais de 5%. Embora o grupo dos sete países mais ricos, o G7 ( EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), ainda seja responsável por 40% das riquezas geradas no mundo, esta participação está declinando. Os mercados consumidores do B6 ( Brasil, Rússia, Índia, China, Coréia do Sul e México) crescerão até 2015 com uma rapidez três vezes maior que os do G6 (Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos). (Accenture, Época, Negócios, N° 6).

Duas observações merecem ser feitas: a primeira é que o desenvolvimento deslocou-se para outras paragens, atingiu o setor mundial mais populoso, onde se encontram 85% da população da Terra, o que trouxe como conseqüência, segundo o Le Monde (11.08.2007), que 265 milhões de pessoas tenham conseguido sair da pobreza absoluta (menos de um dólar por dia) nos 14 anos que vão de 1990 a 2004. Até a África, historicamente esmagada e largada em penúria por escravistas e colonizadores, está crescendo em um nível superior ao do resto do mundo, 5,5%.

Qual a base do sucesso chinês?

A segunda observação diz respeito à China. É espantoso o que se passa no grande país asiático.

A China era um país com entranhas dilaceradas por potências estrangeiras que lhe impunham guerra e devastação. Desde a Guerra do Ópio, em 1840, quando a Inglaterra lhe impôs o que hoje se chama de narcotráfico, a China foi vítima de diversas guerras de agressão desfechadas pela Inglaterra, França, Japão, Estados Unidos, Rússia e outras potências menores. As guerras tiveram durações diferentes, mas cobraram da China alto preço em vidas humanas, territórios ocupados, dignidade ferida. Só a agressão japonesa de 1937 atingiu 31 milhões de chineses, entre mortos e definitivamente mutilados.

Pois é a China que agora cresce a uma média de 10% ao ano, há quase trinta anos consecutivos. É ela que, segundo o Accenture, vai dobrar sua renda per capita nos próximos dez anos, cinco vezes mais rápido que os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram na revolução industrial. E finalmente é ela mesma que, nesta virada de ano, pelo método PPP (sigla inglesa para Paridade de Poder de Compra), passou a ser considerada pelo Banco Mundial como a segunda economia do mundo! Por que tanta vitória? Qual a base de tanto sucesso?

Estas perguntas e suas respostas são cuidadosamente omitidas pelos analistas que têm espaço na grande mídia do mundo inteiro, porque têm grande impacto ideológico. Até certos setores da esquerda, perplexos com os fatos, confusos ante as mudanças imprevistas e carentes de uma mente aberta a desenvolvimentos teóricos, ficam aturdidos, e preferem não tratar do assunto.

Naturalmente que uma explicação mais cabal dos mecanismos e medidas que na China estão dando certo demandaria análise minuciosa, conhecimento detalhado dos processos, domínio amplo dos dados etc., etc. Tudo isso é verdade. Mas o que é desenganadamente verdadeiro é que toda essa história de uma China Nova que está dando certo começou em 1949, quando o país aberto à pilhagem internacional deixou de o ser com a chegada dos comunistas ao poder e o início da construção socialista. Daí pra cá, ninguém mais no mundo, nenhum potentado, daqueles que eram “useiros e vezeiros” em invadir a China, teve o topete de tentar cruzar as fronteiras da soberania chinesa.

Caminhos íngremes, eivados de obstáculos

Os comunistas no poder lançaram na China as bases estruturais de um sistema socialista. Buscaram, desde então, construir a nova sociedade, percorrendo caminhos íngremes, eivados de obstáculos, avançando e recuado. Conheceram tempos de acertos e tempos de erros. Tentaram caminhos aparentemente mais rápidos, que se revelaram voluntaristas e enganosos. Combateram desvios à direita e incorreram em erros à esquerda. Tudo isso porque enfrentaram e seguem enfrentando um problema complicado, o de passar a uma sociedade avançada a partir de uma formação secularmente estratificada.

Nesse processo, os comunistas chineses tiveram pontos positivos importantes. Nunca perderam o rumo geral da política, mantida sempre no posto de comando, sintonizada com o interesse nacional e em íntima ligação com o povo trabalhador. Defenderam-se do dogmatismo alienante, cunhando e levando à prática o lema de “buscar a verdade nos fatos”. Não esmoreceram no esforço da produção, conseguindo crescimento o tempo todo, 4% em alguns anos, 9% em outros. As bandeiras da independência nacional, da soberania e do socialismo nunca foram arriadas.

Desenvolvendo teoria com espírito criador, os comunistas chineses perceberam, ao cabo de anos de experiência e reflexão, que a China vivia uma etapa primária de construção do socialismo, onde não havia porque “socializar” todos os meios de produção, grandes, médios e pequenos, o que criaria gigantesca máquina administrativa, geradora de burocracia e vulnerável à corrupção. Haveria sim de se permitir e suscitar o surgimento de variadas formas de propriedade, todas sob o primado da propriedade social, cuja expressão maior era a propriedade estatal.

E assim, cumprindo planos qüinqüenais, no início excessivamente minuciosos e depois remodelados, ajustados, a China, desde 1978, há 28 anos, é o país que mais se desenvolve no mundo. Agora, nesse final de 2007, a revista Forbes apresentou sua lista das 500 maiores empresas do mundo. Lá estão vinte empresas chinesas. Todas estatais.

* Membro do Comitê Central do PCdoB e de sua Comissão Política; intertítulos do Vermelho

Publicado no Portal Vermelho

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=30374

Que venha 2008

Que 2008 seja um ano repleto de lutas e realizações para quem acredita na mudança da sociedade!


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Se isso acontece com a água imagina com o esgoto

É uma pergunta que está na cabeça de todos os residentes das praias francisquenses, se não há estrutura de saneamento para prover água para todos os turistas durante um feriado prolongado, imagine o que acontece com o tratamento de esgoto excedente gerado pelo aumento de pessoas??

Há pouco tempo atrás se discutia a liberação de construções acima da altura máxima permitida em São Francisco do Sul, projeto este que foi embargado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina a pedido do Ministério Público Estadual. Imaginemos o que poderá acontecer com nosso meio-ambiente se projetos como esse forem liberados sem antes a cidade contar com seriedade e infra-estrutura no saneamento básico?? O fim seria trágico.

A falta de água chegou junto com os turistas

Infelizmente a história se repetiu nesse feriadão de Natal, São Francisco do Sul recebendo milhares de turistas e veranistas em seu balneário e a falta de água junto com eles. Não entrarei no mérito se foi um problema operacional de algum equipamento ou falta de planejamento na demanda, pois não tenho dados para confirmar uma ou outra alternativa, nenhumas delas, porém, justificaria o fato. A questão maior é que os comerciantes de nossas praias passam um longo período no ano com pouquíssimas atividades que atraem turistas e quando finalmente chega o verão esses são afastados pela falta de água, ou seja, quem paga o mico é quem paga sua conta de água em dia, os comerciantes e moradores de nossas belas praias.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Charge do Ronaldo para o "Jornal do Comércio"

A charge do Ronaldo revela o espírito natalino da sociedade capitalista.





domingo, 23 de dezembro de 2007

Ainda a CPMF

A CPMF ainda toma as paginas dos jornais nas notícias políticas e econômicas, alguns ainda comemorando uma “pseuda redução” da carga tributária, outros comentando os esforços do Governos para repor a receita perdida para a Saúde e para financiamentos sociais imprescindíveis aos brasileiros e muitos mostrando a comemoração dos Senadores que votaram contra a prorrogação da CPMF.

Todos que me conhecem, ou acompanham meu blog ou artigos no Jornal Gazeta das Praias sabem que minha posição foi favorável a manutenção da CPMF pela justiça do tributo que atinge a todos e pelo caráter investigativo sem falar da necessidade de manutenção do SUS que atende principalmente à Classe Trabalhadora. Neste momento, porém a sociedade deve tirar conclusões que vão além da prorrogação ou não, devemos aproveitar para questionar aqueles que rejeitaram sobre o que fazer? E não deixa-los apenas comemorar uma vitória (não sabemos de quem).

Já que esses Senadores tomaram postura tão contrária a CPMF alegando que os trabalhadores assalariados não mais suportam os tributos, deixo aqui minha sugestão para eles. Que se faça a regulamentação de um tributo já previsto na Constituição Federal, o Imposto sobre Grande Riquezas, mas que nunca foi cobrado. Já que eles alegaram que a questão era retirar carga tributária de quem ganha menos vamos tributar quem tem condições e com isso manter o Sistema Único de Saúde – SUS.

Para lutar contra o imposto que todos pagam eles se uniram, vamos ver o que eles fariam para tributar a burguesia que em sua maioria nem o Imposto de Renda paga!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Entrevista com Guaracy Gonzalez pré-candidatato à Prefeito de São Francisco do Sul pelo PCdoB

Em 2008 o PCdoB poderá ter pela primeira vez em sua história um candidato a Prefeito em São Francisco do Sul, o mais cotado para assumir essa missão é o economista Guaracy Gonzalez. Natural de São Francisco do Sul, Gonzalez se filiou ao PCdoB em junho de 2007. Ele é economista, consultor, empresário e editor do Jornal Gazeta das Praias em São Francisco do Sul e mantém uma forte e clara postura de oposição ao Governo Municipal. Gonzalez concedeu uma entrevista ao Blog Fala Camarada (BFC) e que será publicada no Jornal Classe Operária São Francisco.




BFC – O que o atraiu no PCdoB e o fez filiar-se ao Partido?

GONZALEZ - Foi a imagem forte de um Partido que tem personalidade própria, tem pensamento político consolidado e acima de tudo pela transparência pública de seus políticos e representantes que hoje detém um mandato. E principalmente, por ser um partido que não tem vícios de corrupção e cresce respeitavelmente em todo o país. O PCdoB tem uma prudente ousadia necessária para fazer acontecer.



BFC – Quais suas expectativas para o PCdoB em São Francisco do Sul?

GONZALEZ – O PcdoB é um fato novo no tradicional cenário da política francisquense. O partido aceitou meu plano de governo pautado em uma gestão modernizada que reunirá um Colégio Supra-Partidário, formando um Comitê de Assuntos Estratégicos e um Conselho da Cidade, com a real participação dos representantes indicados pela comunidade. Isto é democracia.


BFC - Em relação a São Francisco do Sul, você é um dos críticos mais contundentes da atual administração municipal, como você poderia resumir em algumas poucas palavras a gestão do PMDB nesses oito anos que se aproximam?

GONZALEZ – O PMDB municipal foi um equívoco no primeiro mandato em 2000 e uma euforia nas urnas em 2004. Isto hoje o povo reconhece. O programa de governo do PMDB em 2004, o livro vermelho, esta sendo chamado o ‘livros das promessas’. É um partido de projetos e não de realizações. Tem suas decisões centralizada unicamente no gabinete do prefeito. Este modelo de gestão é secular e já não se identifica e nem oportuniza o crescimento social e econômico do povo francisquense. É uma gestão autoritária e não de liderança.


BFC – São Francisco do Sul é a cidade com um dos maiores PIB do Estado de Santa Catarina mesmo assim possuímos altos índices de desempregos e analfabetismo, em sua opinião a população mais carente do município foi acorrentada pelo assistencialismo da gestão atual?
GONZALEZ – Não há uma política econômica nesta gestão do PMDB. Assim como não existe nenhuma política pública social continuada e progressiva. Não existe um planejamento com visão de crescimento para os próximos 20 anos. Por conta disto, temos um comércio fraco que não pode gerar novos empregos e nem se desenvolver. O dinheiro de São Francisco do Sul tem sido capital de giro em Joinville. Arrastamos nestes últimos anos um dos piores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, apesar do município se o quarto em arrecadação per capta em Santa Catarina. É uma gestão paternalista que escraviza, empobrece e rouba o sonho e a esperança do nosso povo em evoluir como pessoa e como cidadão. É uma administração injusta socialmente, e retrogoda, política e economicamente.


BFC - Muitos dizem que sua pré-candidatura não é viável, o que você acha que levaria os francisquenses a votar no Gonzalez, caso seja candidato à Prefeitura pelo PCdoB?

GONZALEZ - Todos os nomes que estão sendo apresentados, já foram artificies da política local. A maioria já foi vice ou prefeito. Junto com a experiência vem, inevitavelmente, vícios da administração passada. Então já tiveram a sua oportunidade de fazer ou não pela cidade. Repetir não é evoluir. Minha pré-candidatura é um fato novo e uma opção para o eleitor. Trago uma experiência de 25 anos como consultor econômico e empresarial percorridos por todos os estados do Brasil. É um diferencial significativo pela diversidade das experiências e pela visão geral e comparativa. Desde dos anos 90 tenho acompanhado a política em São Francisco do Sul como observador e analista. É uma rotina na sucessão dos mesmos. Foram eleições entre compadres. Hoje estou comprometido com todos aqueles que desejam mudanças na linha de sucessão e do pesamento político. Minha proposta renova e retoma o crescimento, de forma gradual e sustentável, consolidando a economia local através de uma gestão atualizada, contemplando a competência, sem margem para corrupções no poder público. Tenho dito de que se eleito, desejo um mandato único e uma câmara toda de oposição. Entendo ser estes os pilares para uma adminstração séria e democraticamente articulada. Concluo afirmando de que esta eleição será diferente de todos as outras já realizadas no município. E o Povo será o grande autor destas supresas nas urnas.


BFC – Para concluir gostaríamos que deixasse uma mensagem para os militantes, filiados e simpatizantes do PCdoB.
GONZALEZ – Na vida há ciclos. Na política também. Em 2008 será a vez do Povo governar o seu próprio destino e a sua cidade. E a população sente isto. A participação dos trabalhadores e dos empresários estarão alinhadas para um programa de desenvolvimento consciente e responsável. Todos desejam crescer e se desenvolver e o PCdoB esta preparado e tem experiência para administrar bem e com transparência. Vejam por exemplo os casos de Aracajú e Olinda. Em 2008 teremos a oportunidade de renovar a política municipal para o crescimento de São Francisco do Sul. Acreditem todos nisto. Deixo para cada um de vocês o meu abraço e votos de saúde e prosperidade no novo ano que chega.


domingo, 16 de dezembro de 2007

Ginásio Municipal de São Francisco do Sul finalmente será reformado, mas não pela Prefeitura

Depois de um longo período fechado o Ginásio de Esportes do Município de São Francisco do Sul finalmente será reformado conforme noticiado no AN Cidade deste sábado (http://www.an.com.br/ancidade/2007/dez/15/3ger.jsp), mas infelizmente os recursos para tal reforma virão totalmente da iniciativa privada mas especificamente da empresa Norsul.


Parabéns a empresa que reconhece o esporte como instrumento de cidadania e seu papel para a juventude francisquense, já não é o primeiro programa esportivo apoiado pela empresa, lastimas para o Poder Público Municipal que teve que alterar tráfego de uma rua para que a empresa investisse no Ginásio o que nos mostra que se não fosse isso o mesmo ficaria fechado por muito mais tempo.


O contrato que será assinado nessa segunda-feira (17.12) nos mostra em que grau de prioridade está o esporte e as políticas públicas para a juventude para nossa Prefeitura que deixa esses pontos entre muitos outros apenas para a iniciativa privada que atua como Estado em São Francisco do Sul.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

“ Tupi or not Tupi ” - Texto de Ubirajara A. A. Cernicchiaro

“ Tupi or not Tupi ” [1]

- Magnata del petróleo?
- Sí, pero no mucho, compañero!


A euforia do início do mês de novembro com a revelação da grande descoberta da jazida do campo de Tupi demonstrou mais uma vez a capacidade da Petrobrás, não só da sua renomada competência técnica, mas também política, ao sacar da manga do paletó a grande notícia, abafando assim o noticiário sobre a falta de gás natural veicular (GNV) com o qual a situação da companhia já começava a ficar constrangedora. A decisão do Operador Nacional Elétrico (sic) de colocar em operação as termoelétricas criadas no governo FHC e inoperantes até o momento, obrigando a Petrobrás a remanejar a distribuição das cotas de gás natural, revela mais uma vez o verdadeiro descalabro que é a falta de planejamento da política energética brasileira, notadamente a questão do gás natural. Mas, a análise da questão do gás deve ser objeto de um outro texto. Hoje, queremos tratar aqui da fantástica jazida de Tupi.
Tão logo a esfuziante notícia foi publicada, contivemos um pouco o nosso ufanismo e fomos pesquisar o histórico da descoberta do campo de Tupi nos sítios da Petrobrás e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Descobrimos que se trata do bloco BM-S-11 da Bacia de Santos, leiloado na Segunda Rodada de Licitações da ANP, realizada no ano 2000. Para nossa surpresa e decepção (no anúncio parecia que a descoberta era da Petrobrás sozinha), descobrimos que o bloco foi arrematado por “30 dinheiros” (a bagatela de cerca de R$ 15 milhões) por um consórcio liderado pela Petrobrás como operadora, com a seguinte constituição: Petrobrás – 65%; British Gás Energy (BG) – 25% e Petróleo de Portugal (Petrogal) – 10%. Fica constatada mais uma vez a natureza do nosso capitalismo dependente, mostrando que as velhas metrópoles coloniais de Lisboa e Londres continuam transferindo as nossas riquezas (pelo menos parte delas), apesar de terem perdido há muito tempo a hegemonia da rapinagem para o Tio Sam.
Já em 1998, o inesquecível jornalista econômico Aloísio Biondi, a partir de análise da então recém-criada Lei 9478/97, a qual regulamentou a flexibilização do monopólio estatal do petróleo com o objetivo de atender o capital internacional, demonstrava o mega assalto que se preparava contra a nação brasileira com a implantação dos leilões das nossas áreas de petróleo.[2] Hoje, no caso de Tupi, façamos um pequeno exercício aritmético com base nos mesmos critérios adotados por Aloísio Biondi. As estimativas dão conta de que Tupi poderá produzir até 8 bilhões de barris de petróleo. Numa estimativa mais conservadora e considerando o investimento de vários bilhões de dólares no desenvolvimento do campo durante alguns anos até o início da produção, partiremos dos 7 bilhões de barris com o preço internacional do barril na casa dos 100 doláres (que já está bem próximo). Então, vejamos:

7 bilhões de barris x 100 = 700 bilhões de dólares
Petrobrás: 65% de 700 = 455 bilhões de dólares
British Gás Energy: 25% = 175 bilhões de dólares
Petrogal: 10% = 70 bilhões de dólares
Total da sangria (BG + Petrogal) = 245 bilhões de dólares.

Nem é necessário calcular, mas certamente estes 245 bilhões de dólares seriam suficientes para atender muitas demandas dos PAC’s da saúde pública, da educação pública e de qualidade, do saneamento básico, etc. Enfim, políticas públicas que venham a reduzir a permanente reprodução da desigualdade social gritante do país. Vale lembrar, que o BM-S-11 é apenas um bloco entre centenas já leiloados nas oito (a de 2006 foi suspensa por liminar) rodadas de licitações promovidas pela ANP, sob a autorização do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). É verdade que a Petrobrás arrematou a maioria deles, boa parte em consórcios como o de Tupi, muitas vezes até com menor participação. Mas é igualmente verdadeiro que as transnacionais arremataram também centenas de blocos sozinhas ou em parcerias. Então, o exemplo de Tupi poderá ser uma pequena gota de um mar de riquezas a ser esgotado pela sanha energética das companhias dos países de capitalismo avançado. Biondi tinha razão quando anunciou o mega assalto em gestação. A médio e longo prazos poderão escorrer pelas venas abiertas do Brasil trilhões e trilhões de dólares.
Apesar da promissora perspectiva da descoberta da nova província petrolífera, ainda assim o CNPE manteve a Nona Rodada de Licitações, realizada dias 27 e 28/11/2007. Dos 342 blocos previstos anteriormente para o leilão, o CNPE retirou 41, similares ao de Tupi, com possibilidades de jazidas petrolíferas na camada “pré-sal”, considerando-os de interesse nacional, como se os demais não fossem (afinal, dos 14 bilhões de barris de petróleo que constituem as reservas brasileiras provadas até o recém achado de Tupi, todos foram encontrados em outras camadas geológicas diferentes da “pré-sal”). Enfim, a ANP licitou 271 blocos, dos quais 117 blocos foram arrematados, sendo que, estranhamente, desta vez a Petrobrás sozinha ou em parcerias adquiriu apenas 27 blocos, numa proporção bem menor do que em outras rodadas anteriores. Num primeiro olhar, parece que a Petrobrás não demonstrou grande interesse em vencer as concorrentes. Embora, para fazer esta afirmação, seja necessária uma avaliação mais profunda e detalhada em que se considere não só o número de blocos adquiridos, mas também o potencial de produção dos lotes conquistados.
Embora a resolução do CNPE de retirar os 41 blocos avaliados como mais promissores, às vésperas da Nona Rodada, possa ser considerada como uma possível e alentadora mudança de posição em relação ao futuro de nossas reservas, a decisão de manter o leilão ainda é reveladora de vários equívocos das nossas autoridades do setor energético. Depois de conquistada a auto-suficiência é necessário explorar as nossas reservas com parcimônia para garantir um desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, enquanto o petróleo ainda for a principal matriz enérgica mundial. Parece que a idéia de exportar, o sonho de participar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) seduz os componentes do CNPE. Ledo engano. Característica típica de país de capitalismo dependente, mero produtor e exportador de matéria-prima. A nossa história está eivada de exemplos de dependência econômica, própria dos países periféricos. No princípio foi o pau-brasil e o açúcar, depois o ouro e o café. No momento é o minério de ferro e a soja. Em seguida, será o álcool e o petróleo. Além do que exportar o petróleo pelo preço justo seria uma prática normal. Mas o que se passa aqui com os leilões são concessões por preços simbólicos de grandes áreas de nosso subsolo na terra e no mar para serem exploradas durante 33 anos até a exaustão das jazidas. Literalmente, as multinacionais devolverão apenas os buracos. Ficou muito clara também, a falta de ousadia do CNPE, preocupado em não romper com o sistema e em agradar o mercado internacional. Ou seja, manter a imagem do Brasil como um país aberto e integrado ao capitalismo mundializado, naturalizado na sua condição de país da periferia na ordem econômica determinada pelo Império.
A descoberta de Tupi criou um quadro político interno propício para o Governo Federal não só cancelar este leilão, como também para rever todo o marco regulatório do setor petróleo no país. Assim agora é a hora da revogação da Lei 9478/97, da extinção da ANP, da reintegração da Transpetro e da parcela privatizada da Refap à Petrobrás, da retomada por parte da União das ações da Petrobrás na Bolsa de New York, da revisão da forma de remuneração e dos prazos das concessões já efetuadas, e, claro, de cancelar imediatamente e de forma definitiva qualquer possibilidade de futuros leilões.
Porém, para além, somente o avanço da participação popular e a atuação dos movimentos sociais poderá alterar o quadro cruel de desigualdade social promovido pela democracia liberal burguesa. O velho Marx já dizia há mais de 150 anos que “o Estado é o comitê organizador dos negócios da burguesia”. Infelizmente, ele continua coberto de razão. Prova maior disso, são a atual legislação do petróleo, o papel da ANP e as decisões do CNPE. Dessa forma, uma futura e utópica democracia popular terá que rever, inclusive, o conceito de Estado-nação. Mas, enquanto a transformação não ocorrer, vamos bradar: “Tupi or not Tupi”! Eis a questão, companheiro!


Ubirajara A. A. Cernicchiaro


[1] ANDRADE, Oswald - Manifesto Antropafágico, 1928. Expoente do modernismo brasileiro Oswald cunhou a expressão “Tupi or not tupi” parodiando a famosa frase do personagem Hamlet de Shakeaspeare: “To be or not to be, that is the question” ( Ser ou não ser, eis a questão). Naturalmente, enaltece a brasilidade, atitude típica da fase modernista da literatura e das artes brasileiras.
[2] BIONDI, Aloísio – O mega-mega assalto à nação brasileira (CONFIRMAR TÍTULO, DATA, EDITÔRA). Esta publicação foi patrocinada pela FUP e pelos sindicatos petroleiros.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Chapa Reação vence eleições para o DANMA - Diretório Acadêmico Nove de Março

Chapa Reação vence eleições para o Diretório Acadêmico Nove de Março (DANMA) UDESC realizadas no dia 28/11.

A Chapa Reação, sintetizou vários campos políticos como a UJS, JSPDT e JPMDB, e conseguiu vencer as eleições para o DANMA com ampla vantagem, somando 59% do votos válidos, seguido da Chapa Visão Crítica, apoiada pela gestão atual, com 39% dos votos válidos e carregada de um discurso contra a politização do movimento estudantil.

A Chapa Reação inovou na campanha para o Diretório com uma composição de mais de trinta pessoas, o qual teve como carro-chefe de campanha o Desenvolvimento do CUCA, aproximação dos Movimentos Sociais, Debates e a reforma da sala do Diretório.

A vitória da Reação mostra que os estudantes querem discutir políticas públicas para a juventude de uma forma politizada sem se eximir de suas responsabilidades junto a sociedade.

O acadêmico de Engenharia Civil Luiz Cassol é o novo presidente e seu Vice é George Araujo, acadêmico de Engenharia de Produção e Sistemas.